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O suicídio, entre outros fatores, pode estar associado a uma doença, na maioria dos casos a depressã

Por Raphael Viana

O suicídio, entre outros fatores, pode estar associado a uma doença, na maioria dos casos a depressão, e absolutamente ninguém está imune a ela. As estatísticas em torno do tema são preocupantes, e o Setembro Amarelo, mês que simboliza a prevenção ao suicídio é um reflexo da necessidade de se debater, compreender e conversar sobre o assunto.

O estado de vigilância inicia-se quando os níveis depressão no Brasil alcançavam a 5,8% da população ainda em 2017, o que faz do Brasil o país com maior prevalência depressão da América Latina, segundo dados da OMS – Organização Mundial da Saúde. 31 a 50% da população brasileira apresenta, durante a vida, pelo menos um episódio de algum transtorno mental, dentre eles a depressão. São dados que indicam a importância da necessidade do reconhecimento e da assistência adequada.

São igualmente assustadoras as referências em relação ao suicídio: 32 pessoas tiram a própria vida por dia no Brasil, portanto a cada 45 minutos um brasileiro antecipa a morte. Esse número já deveria ser suficiente para estimular as pessoas a se mobilizarem em torno da prevenção dessas mortes precoces, mas apesar dos avanços, os tabus e preconceitos ainda são adversários nessa luta.

Essa é uma realidade que não exclui pessoas fisicamente saudáveis e jovens. Segundo dados do CVV – Centro de Valorização da Vida, rede voluntária de prevenção, o que preocupa é que o número de suicídios tem crescido no Brasil, e o maior aumento está registrado entre jovens de 15 a 25 anos.

O suicídio pode ser prevenido. 90% dos casos de suicídio podem ser evitados, desde que existam condições mínima para oferta de ajuda voluntária ou profissional, segundo a OMS. No Brasil, o CVV atua nesse sentido há mais de 50 anos e atende por telefone (nº 188), chat Skype, e-mail e pessoalmente, além de realizar atendimentos especiais em caso de eventos e catástrofes. Constituído por um grupo de 2.000 voluntários preparados para conversar e compreender pessoas que estão abaladas emocionalmente e que correm sério risco de morte, o CVV está na vanguarda da prevenção ao suicídio e disponível a todos os brasileiros.

A batalha é extensa e imensa, os obstáculos são inúmeros. Quem tenta suicídio, na verdade, pede ajuda e quem está por perto pode ajudar. O estímulo ao diálogo é o caminho mais curto para evitar novos casos, e certamente não há nada melhor para o necessitado do que ouvir nos momentos de maior dificuldade: “tem algo que eu possa fazer para lhe ajudar?”

Presidente da Comissão de Direito à Saúde da OAB-PB

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