Na última sexta-feira (29), a Comissão de Direito do Trabalho da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), realizou o evento “O Futuro do Direito do Trabalho e Os Novos Nichos da Advocacia Trabalhista”, que contou com a participação de advogados e magistrados. A abertura do evento foi feita pelo presidente da Associação Dos Advogados Trabalhistas da Paraíba (AATRA-PB), Daniel Sebadele, traçando um prognóstico para a advocacia trabalhista.
Em seguida, o Juiz do Trabalho Paulo Henrique (titular da 5ª Vara do Trabalho) tratou das barganhas distributivas e integrativas no mundo do trabalho. Logo após, o Presidente da Comissão de Direito do Trabalho da OAB-PB, Daniel Azevedo, palestrou sobre as principais mudanças trazidas pela Lei de Liberdade Econômica e MP 905/2019. Já a advogada e professora Ana Isabella Lau abordou o tema Gig Economy, versando sobre a uberização e a proteção do trabalhador na prestação de serviços em plataformas digitais.
Ao final, os advogados Daniel Azevedo, Daniel Sebadele, André Wanderley e Paulo Miranda compuseram uma mesa redonda, debatendo sobre variados temas como a possível extinção da Justiça do Trabalho, honorários advocatícios e os novos nichos da advocacia trabalhista, encerrando-se o evento com a palestra do Juiz do Trabalho Francisco de Assis, com o tema teletrabalho.
Daniel Azevedo destacou que a legislação do trabalho vem sofrendo diversas alterações, oriundas do novo paradigma ideológico recentemente instalado no país, por isso é necessário os operadores do direito estarem estejamos atualizados. “Além disso, é fato que o direito deve acompanhar, em igual proporção, a evolução da sociedade na égide do atual cenário político-econômico, e hoje, no contexto da informatização e da era do aceleradíssimo avanço tecnológico, as relações de trabalho estão inquestionavelmente modernizadas (e flexibilizadas), o que implicará uma releitura do nosso Direito do Trabalho sob o prisma da indústria 4.0”, completou
Daniel acrescenta que o evento atingiu os objetivos, “tendo em vista que os variados expositores não apenas trouxeram uma visão holística sobre o moderno direito trabalhista, mas também traçaram um prognóstico para a advocacia trabalhista e as novas oportunidades de atuação para os profissionais desta área”.
Daniel Sebadelhe afirmou que “os prognósticos passam pela análise de como se chegou ao momento atual e como a advocacia trabalhista restou impactada pela ampliação desenfreada do mercado de ensino jurídico, pelo avanço da tecnologia, substituindo tarefas administrativas e de rotina dos escritórios, a mudança política com a ascensão de um governo liberal e o difícil momento econômico vivenciado.
“Estamos vivendo num momento de baixa na profissão, mas não de fim da advocacia trabalhista. O advogado trabalhista precisa se reinventar, como qualquer profissão em momento de crise. Precisa o advogado trabalhista investir no seu marketing pessoal, criar autoridade sobre as matérias que escolher dentro do direito do trabalho, desenvolver “soft skills” e buscar parcerias a fim de criar, em torno de si, um ecossistema de geração de negócios que o faça manter-se perene sua prestação de serviços”, declarou Sebadelhe .
A advogada e professora Ana Isabella Lau ponderou que “a prestação de serviços através de plataformas digitais (uberização), embora ainda passível de indagações e questionamentos, tem sido alvo de ações judicias, de forma que o direito do trabalho encontra mais um espaço para reflexão acerca do seu papel, e o advogado, mais um campo de atuação, para o qual deve estar preparado”.
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