A Comissão de Direito e Liberdade Religiosa visitou nesta sexta-feira (11), o Centro Islâmico de João Pessoa, sendo recebida pelo imam Mostafá, líder espiritual da comunidade.
Na ocasião, a Comissão ouviu relatos de abusos contra a comunidade muçulmana que está presente em João Pessoa há aproximadamente 10 anos, e que foram intensificados no último ano. “É notório que o preconceito contra a religião islâmica é agravado devido ao comportamento xenofóbico. Ou seja, cada devoto acaba sendo duplamente visado pelos grupos de ódio”, destacou a dra. Mônica Christinne.
A visita é parte da agenda da Comissão que busca estreitar laços com as religiões que sofrem os maiores índices de ataques de intolerância religiosa no Brasil, conforme dados oficiais. Nesta segunda etapa, além dos terreiros, serão visitados outros grupos em situação de risco, onde a Comissão promoverá esclarecimentos quanto a garantia de seus direitos e os procedimentos para assegurá-los.
O imam da comunidade, Mostafá, lembrou que na época pré-Islã as caravanas que peregrinavam até Meca estabeleceram um acordo de proteção recíproca contra os saqueadores que atavam os romeiros. Para o presidente da Comissão, Franklin Soares, o conto traduz o sentimento que a gestão deseja imprimir ao público, difundido a liberdade religiosa como um direito difuso. “Os religiosos precisam defender o direito à crença do seu próximo como defendesse o seu, pois o ataque contra uma religião representa uma afronta ao direito de expressão religiosa como um todo; não estamos tratando de sincretismo ou proselitismo, mas de proteção recíproca, pois os grupos de ódio crescem com a impunidade”, pontuou.
O Centro Islâmico de João Pessoa está situado na Av. Sta Catarina, no Bairro dos Estados, onde são celebrados cultos durante as sextas-feiras (dia litúrgico da religião), mas é aberta ao público mediante a agendamento para pessoas ou grupos que desejem conhecer mais a respeito da cultura do Islã.